A França vai as urnas
No próximo domingo, dia 23 de abril de 2017, será o dia de eleições na França. Por si só já é um acontecimento que demanda uma grande atenção internacional, mas os recentes desdobramentos eleitorais britânicos, holandeses e estadunidenses transformam a eleição francesa em mais um processo importante. Não apenas pela escolha do próximo presidente francês, mas das consequências que esta escolha terá para a integração europeia, para os mercados internacionais, para a continuidade dos processos de busca de solução para a crise dos refugiados, entre outras coisas. não esquecendo de mencionar que as recentes surpresas nas urnas sinalizam um alerta para os setores de pesquisas eleitorais, mas este é assunto para um outro dia,
Segundo as pesquisas, a maior chance é de um segundo turno entre Emmanuel Macron (En Marche!) e Marine Le Pen (Frente Nacional). Uma eventual vitória de Le Pen, de extrema direita e com uma plataforma de retirada do país do bloco europeu, não é visto com bons olhos pelo mercado, tanto o francês quanto o europeu. Além disso, como ela dificilmente fará maioria no legislativo, terá muitas dificuldades para cumprir suas plataformas, e tenderá a desempenhar um governo amarrado.
Macron, embora uma opção mais agradável ao mercado e menos radical que sua opositora (e que os outros candidatos, Fillon, Melénchon e Hamon), também deverá enfrentar dificuldades no legislativo, pois também é pouco provável que consiga a maioria.
A volatilidade dos votos neste pleito tem chamado a atenção, com muitos eleitores se declarando prováveis de votar em um ou outro candidato, mas que a cada nova declaração, ou novo debate ou nova notícia, esses percentuais se alteram, mostrando um eleitor bastante indeciso.
Amanhã será o último debate. Seus resultados poderão alterar o cenário de um bastante provável segundo turno, entre Le Pen e Macron ou entre Le Pen e Fillon. Embora depois dos resultados do referendo sobre o Brexit e das eleições nos EUA, seja arriscado prever alguma coisa, podemos dizer que nos dois cenários, possivelmente teremos a derrota de Le Pen, não sem antes dar um susto no sistema eleitoral francês.
