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Eleições alemãs à caminho


Ao se aproximar das eleições alemãs, que ocorrerão em 24 de setembro de 2017, o debate mais caloroso continua sendo a questão dos refugiados. Especialmente após o aumento no número de atentados terroristas nas principais cidades europeias, muitos deles reivindicados pelo Estado Islâmico, mas, principalmente, com a desaceleração econômica, que diminui a qualidade de vida das populações europeias, bastante acostumadas a um forte estado de bem-estar social, prato cheio para os formadores de opinião que são anti-imigração. Em 2015, auge da crise dos refugiados na Europa, a chanceler alemã, Angela Merkel, decidiu abrir as portas do país para receber mais refugiados que os outros países europeus. Tendo vivido boa parte de sua vida no lado oriental de uma Alemanha dividida — ela mesma sendo oriunda da região que era um centro de expulsão de pessoas a caminho do lado ocidental, também conhecidas como refugiadas — Merkel tem consciência do significado da palavra refugiado para aqueles que se deslocaram geograficamente em busca de segurança. A livre circulação de produtos e capitais, que permitiu que as empresas deixem regiões em que os custos de produção são mais altos em busca de regiões mais competitivas se por um lado facilitou o acesso do consumidor a produtos mais baratos, por outro lado gerou uma grande nuvem de desemprego em países em que as leis são mais rígidas e a mão-de-obra é mais barata. A livre circulação de pessoas permite que, junto com refugiados, possam se infiltrar terroristas. Estes são apenas dois dos muitos motivos que levaram aos cidadãos não só a temer a integração, como a culpá-la pelas mazelas da sociedade atual. Dois anos depois da abertura de fronteiras do país para a entrada de refugiados, às vésperas das eleições alemãs, a atual chanceler, favorita na corrida eleitoral, afirmou, em entrevista ao jornal Welt am Sonntag do dia 27 de agosto de 2017 que não se arrepende da abertura de fronteiras para os refugiados, mesmo se, por isso, tenha perdido apoio até mesmo de setores do seu partido (Partido Conservador). Ainda assim, Merkel está 15 pontos à frente do segundo colocado nas pesquisas de intenção de votos, mas acompanha o crescimento do principal partido de extrema direita, com preocupação. Apesar dessa queda na popularidade (em abril, tinha 41% das intenções, em agosto tem 38% das intenções de voto), a chanceler afirmou que não se intimida com as duras críticas dos setores mais conservadores e declarou: “Eu tomaria todas as decisões importantes de 2015 do mesmo modo novamente”, disse Merkel. “Foi uma situação extraordinária e eu tomei minha decisão baseada no que eu pensava ser certo de um ponto de vista político e humanitário.”, e acredita na vitória eleitoral daqui a poucas semanas.

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