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Enquanto isso, na Turquia.


Democracia não é somente o voto. Democracia é liberdade. Seja a liberdade de expressão ou seja quaisquer outras liberdades. O próprio conceito de liberdades democráticas não constituem, cada uma delas, um princípio absoluto. Elas se auto-delimitam: a liberdade de expressão encontra seu limite na honra do outro, por exemplo. E todos esses princípios precisam ser observados para que a democracia possa ser efetiva.

Mas por que eu começo esse texto falando de democracia e de voto? No último dia 16, a população turca foi às urnas para votar um plebiscito sobre uma reforma constitucional no país. A Turquia não é um país com uma democracia consolidada, tendo passado, recentemente, por uma tentativa frustrada de golpe de estado. O plebiscito altera o sistema político nacional de República Parlamentarista para Presidencialismo. Na prática, permitirá que o atual presidente, Recep Tayyip Erdogan, que já está no poder desde 2003, possa se reeleger mais duas vezes, o que daria mais de 25 anos de mandato.

Opositores ao governo alegam a existência de fraudes, e parte significativa da imprensa internacional deslocou correspondentes para acompanhar os acontecimentos mais de perto. Diante da oposição interna e de forte reações da opinião pública internacional, Erdogan pede que a decisão das urnas seja respeitada, uma questão que não é simples.

Após a tentativa de golpe de estado, a oposição acusa Erdogan que perseguição e recrudescimento do autoritarismo. O governo justifica a crescente centralização de poder, por outro lado, através do combate ao terrorismo e recrudescimento da luta contra as milícias curdas. O país está bastante dividido: quer se aproximar da União Europeia, está lutando contra o estado islâmico, persegue curdos em seu território, está focado em parecer ocidentalizado para auferir benefícios das potências ocidentais. Tudo isso junto a um governo não democrático pode levar a Turquia a um grave problema.

Internacionalmente a Turquia está se colocando em uma situação de conflito internacional, pois a ampliação dos poderes de Erdogan, junto com as perseguições políticas àquelas pessoas que não se moldam ao novo projeto da Turquia, levou à prisão de centenas de pessoas, grande parte delas jornalistas e veículos estrangeiros. Além disso, Holanda e Alemanha proibiram manifestações políticas de apoiadores de Erdogan em seus países, o que levou o presidente turco a acusar Angela Merkel de práticas nazistas.

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