Mais das eleições em Londres
- Denise Lícia
- 13 de jun. de 2017
- 2 min de leitura

Nem mesmo as eleições legislativas francesas desviaram o foco do processo eleitoral britânico nesta semana. As eleições, e sua consequente influência nas negociações do Brexit, continuam a ser destaque internacional.
A Primeira-Ministra May, após convocar eleições antecipadamente, visando aumentar a maioria dos assentos no Parlamento Britânico para fortalecer sua liderança para negociar a retirada do Reino Unido da União Europeia, viu, após sucessivos erros na campanha e três atentados terroristas, sua estratégia ir por água abaixo.
Embora tenham chegado a 20% de diferença na liderança das intenções de voto, os conservadores saíram dessa eleição com menos cadeiras do que tinham anteriormente. O que causou um efeito contrário ao esperado. Agora, ao invés de ter a maioria no Parlamento, May precisa negociar com outros partidos para formar uma coalizão e, assim, organizar um governo para o Reino Unido e negociar sua saída da UE.
Embora já tenha conseguido o apoio da Rainha Elizabeth II (é praxe o Primeiro Ministro pedir autorização à Rainha para formar o novo governo), e também de seu partido - pelo menos por enquanto - com um discurso em que assume a culpa pela perda do cargo de diversos políticos do partido, May precisará do apoio (e dos votos) de um pequeno partido da Irlanda do Norte, o Partido Unionista Democrático, o DUP, que conquistou 10 cadeiras no Parlamento.
A Irlanda do Norte têm se tornado um ator a ser observado proximamente, pois a onda nacionalista que se fortalece na Europa ao longo desse século também bate às portas de Belfast. Nesse sentido, o movimento da May em direção ao DUP funcionaria em duas frentes: atender aos interesses dos conservadores na negociação do Brexit, mas também aproximar o centro de tomada de decisão da Irlanda do Norte, fortalecendo sua posição no Parlamento Britânico, e, consequentemente, enfraquecendo as posições nacionalistas e separatistas.
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